Declaração para a Tradição Reclaiming de Práticas Antirracistas
Convergência Reclaiming das Pessoas Negras, Indígenas, de Cor e de Raça Mista
Esta é uma declaração ampla e um convite ao diálogo, investigação e crescimento para atodas as comunidades ao redor do mundo da Reclaiming conforme nos aproximamos do International Dandelion Gathering 2019. Foi desenvolvido em um diálogo ativo com Pessoas Negras, Indígenas, de Cor e Bruxas de Raça Mista - sacerdotisas, ativistas, professoras e organizadoras - que estão ativamente envolvidas nesta Tradição de bruxaria.
Reconhecemos que a comunidade Reclaiming há muito tempo tem sido o lar espiritual para Pessoas de Cor, e muitos encontraram sua família escolhida aqui. E, no entanto, muitas bruxas de Cor também deixaram essa tradição por causa dos desafios sistêmicos que permanecem dentro dela. A dádiva de uma tradição viva é que ela está em constante mudança e
crescimento. É com este espírito de constante mudança e crescimento que convidamos a um mergulho profundo de mergulho profundo de crescimento e transformação a todas as pessoas identificadas como brancas desta comunidade.
Definimos branquitude como uma categoria de hierarquia racial imperialista e capitalista exercida para dividir, dominar e destruir. Nós entender que a categoria de branquitude mudou através das gerações e que originalmente se referia especificamente as pessoas britânicas de pele clara, especialmente aquelas britânicas que faziam parte da invasão e colonização dos territórios soberanos e países aborígenes, como Turtle Island (América do Norte) e Austrália. A branquitude então se expandiu para dividir as pessoas pobres de pele clara e descendência europeia de ambos os escravos de ascendência africana e o povo desapossado das Primeiras Nações. Usamos a branquitude para nos referirmos a todas as pessoas que agora são tratadas
como brancas, neste colonialismo continuado das culturas e dos espíritos, e que, portanto, crescem com a alvura como padrão.
Os princípios a seguir representam uma fronteira mágica, uma intenção, e uma linha nítida do que queremos dizer. Esses princípios são oferecidos em um ato de autocuidado, amor próprio e proteção. Esses princípios definem diretrizes de engajamento para conversas sobre antirracismo e decolonização dentro desta tradição e comunidade.
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A Reclaiming é uma tradição etnicamente diversa. Usando “nós” e “nosso” para referir-se apenas a pessoas brancas nesta tradição é um ato de apagamento de Pessoas Negras, Indígenas, de Cor e Mestiças. Nós convidamos a uma sensibilidade mais profunda aos muitos "nós" e "nossos" usados na Reclaiming e também mais especificidade na linguagem usada (“Nós, como pessoas brancas na Reclaiming, precisamos abordar a supremacia branca, o racismo e seu impacto em...")
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A branquitude foi o padrão assumido, a linha de base normativa nesta tradição por muito tempo. Nunca é aceitável supor que uma outra bruxa se identifique como branca a menos que ela diga a você que ela assim o faz. Assumir que uma pessoa é branca é um ato de apagamento.
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A fragilidade branca é uma ladeira escorregadia e age constantemente por conta própria. Isso acontece de maneiras bem aparentes e sutis. Pode parecer como uma exigência de esclarecimentos e mais informações. Pode envolver o questionamento de Pessoas Negras, Indígenas, de Cor e bruxas mestiças, projetando-se sobre nós, e exigindo ainda mais de nosso trabalho emocional. Isso deve parar imediatamente.
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Não fale sobre ou para nós. Queremos ampliar e centralizar o poder e a visibilidade das Pessoas de Cor, e queremos ter a capacidade e a vontade para fazê-lo.
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Não há salvadores neste trabalho. Nós abolimos a mentalidade do salvador branco E rompemos a ideia de que estamos aqui para absolver você ou ensiná-lo sobre a supremacia branca.
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Sermos visíveis, barulhentas e orgulhosas enquanto Pessoas de Cor é uma maneira de despedaçar a supremacia branca.
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A libertação é o objetivo. Embora possamos enriquecer suas equipes de ensino, seus rituais, seus consensos nas reuniões e seus projetos, NÃO estamos aqui pela sua diversidade.
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Uma cultura de inclusão é DIFERENTE de uma de diversidade. Quando você cria assentos à mesa e então esperam que ajamos, falemos, adoremos e nos relacionamos com a história como pessoas brancas, então a diversidade se torna um dano. Exigimos o fim disso. Nossa raiva, alegria, devoção, colaboração, magia e resistência são ofertas para vocês individualmente e para nossa tradição Reclaiming como um todo. Não espere que elas se pareçam ou se comportem através das lentes da branquitude.
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Seja nas Américas, Austrália ou em muitas outras áreas, a Tradição Reclaiming é praticada muitas vezes em terras colonizados de povos indígenas. Isso significa não simplesmente reconhecer os povos indígenas em rituais ou aulas, mas requer uma reconsideração radical do que significa praticar Bruxaria em terras que permanecem ocupadas por estados-nação colonos.
Assinado pelos membros do DARC (Decolonizing Actions in Reclaiming Communities –
Ações Decoloniais nas Comunidades Reclaiming).
Abel Gomez, Passia, Fio Aengus Santika, Sal Lavallee, Samantha Ravenna Shay, Heidi
Marian, Rachel Munchkins, Pablo.
Traduzido por Lilo Assenci em 2020.